chegando no japão: livros, árvores e ochanomizu

Depois de quase 8 anos, eu e o Beni voltamos para o Japão e esse é o primeiro de vários posts que pretendo fazer sobre essa viagem. Em 2016, fizemos vários registros tanto em foto quanto em vídeo, mas dessa vez resolvi focar apenas em fotografias, ou seja, apesar de ter gravado alguns momentos, não tenho registros o suficiente para fazer um vídeo pro youtube. Tomei essa decisão por três motivos: 

1. Diminuir a minha ansiedade em relação aos registros (tirar a pressão que coloco em mim mesma) e conseguir aproveitar a viagem com mais tranquilidade;

2. Apesar de amar vídeos, a fotografia sempre foi o meu formato favorito de registrar a minha vida, então poder fazer tantas fotos sem me preocupar em gravar foi uma experiência maravilhosa (e até um tanto quanto terapêutica);

3. Desde o início decidi que gostaria de compartilhar essa viagem principalmente em posts aqui no blog. Tanto porque sinto muita falta de conseguir estar mais presente aqui (sempre falo isso) quanto porque, como já disse várias vezes, esse é o meu formato favorito de produzir conteúdo.

Saímos do Brasil no dia 27 de março e chegamos no Japão no dia 29. Como já era de se esperar, foi uma viagem muito cansativa. Nesses primeiros dias ficamos hospedados em um airbnb na região de Yokohama. Do aeroporto (Haneda) pegamos o trem até a estação próxima da nossa hospedagem e andamos carregando as malas. Apesar de exausta, peguei o celular em alguns momentos para fazer fotos de cantinhos que chamaram a minha atenção pelo caminho, mas estava me sentindo meio tonta por não ter conseguido me alimentar direito no avião (nunca consigo), então o nosso foco era fazer o check-in, deixar as malas e procurar algum lugar em que tivesse algo que eu poderia comer. No final, passamos no 7 eleven que tinha na região e compramos algumas coisinhas para jantar e para o café da manhã.

Essas fotos foram do nosso primeiro café da manhã por lá. Não tenho certeza, mas acho que tanto o pão quanto o queijo eram bem parecidos com os que comemos em 2016 (depois vou dar uma olhada nas fotos que tirei naquela viagem). Já no primeiro dia inteiro por lá eu sabia que sentiria falta desse pão (é o único pão fatiado que realmente gosto), do queijo (queria que desse pra ter trazido alguns pacotes na mala), da manteiga que já vem com divisões, do “fechador” do saco do pão (aquele quadradinho que aparece no canto esquerdo da foto da manteiga) e da variedade de bebidas e de “comidinhas fofas” que encontramos nas kombinis.

É claro que, assim que saímos de casa, eu já estava com a câmera pendurada no meu pescoço querendo registrar tudo o que via pelo caminho. Essa região que ficamos é bem residencial e muito silenciosa (até o barulho do click da câmera chamava atenção). Casas lindas, muitas árvores (que visivelmente são muito bem cuidadas), nada de lixo no chão e muita beleza em cada cantinho.

No caminho até a estação tinha um cantinho específico da rua que sempre tinha pombas (esse aí da foto acima).

Nossa primeira parada foi em Jimbocho, uma região que definitivamente quero voltar com mais calma e passar mais tempo conhecendo. Ela fica na região de Chiyoda e é conhecida por ter muitas lojas de livros usados e antiguidades.

Se pudesse voltar no tempo, teria comprado esse livro da foto acima (e mais alguns que chamaram minha atenção).

Esse livro que estou segurando é “O mundo de Sofia“. Nunca li, mas achei muito legal a sensação de encontrar a versão japonesa de algum livro que já conhecia de nome (queria muito ter encontrado algum do Oscar Wilde e da Clarice Lispector, mas não foi dessa vez).

Enquanto estávamos caminhando, encontramos as “nossas”primeiras cerejeiras. Por conta das mudanças climáticas, algumas árvores começaram a florescer bem antes do que o esperado. Estava com um pouco de receio de não conseguir encontrar cerejeiras quando chegássemos, mas felizmente encontramos várias.

Mesmo sendo o nosso primeiro dia inteiro no Japão (e ainda nos ajustando no fuso horário), andamos bastante. Lembro que não cheguei a sentir sono ao longo do dia e também não tenho lembranças de ter ficado cansada nessas caminhadas. Sinto que algo que ajudou muito (além da empolgação de estarmos em um lugar que amamos) foi não termos colocado despertador para acordar nesse primeiro dia. Conseguimos dormir bem, acordamos sem susto e, mais importante, sem interromper o ciclo do sono. Levantamos com calma, tomamos o café da manhã e nos arrumamos no nosso ritmo para o dia (sabendo que só voltaríamos à noite para o airbnb).

As fotos acima foram tiradas na região de Ochanomizu (significa literalmente “água do chá”). Lá tem muitas lojas de instrumentos musicais (entramos em algumas para ver guitarras da ESP que o Beni adora), mas o que me encantou mesmo foram as árvores. Queria tanto que aqui no Brasil a gente cuidasse e respeitasse mais as nossas. Essa questão do cuidado com árvores é algo que notamos em todos os lugares que visitamos no Japão. Seja em grandes centros ou em regiões mais afastadas e residenciais, dá pra ver que as pessoas têm consciência da sua importância e também que devemos cuidar e preservá-las.

Quando começou a anoitecer, fomos para a região de Akihabara jantar. Fomos no Kyushu Jangara comer rámen vegano delicioso (lá tem opções tradicionais também). O ambiente é pequeno e tinha uma fila do lado de fora, mas não esperamos muito tempo. Como lá o pessoal vai realmente para comer (e não pra ficar conversando), assim que as pessoas finalizavam, elas já saiam e liberavam espaço para o próximo da fila. Infelizmente não tenho fotos para mostrar pra vocês (até porque não queria atrasar a fila e nem incomodar os clientes), mas vocês conseguem ver um pouco do local e do menu pelo insta deles (marquei ali em cima).

Não lembro bem até que horas ficamos fora, mas no caminho para casa passamos na 7 eleven, compramos mais algumas coisinhas e ficamos de boinha descansando. Saudade desses dias e dessa rotina. Feliz que temos várias lembranças dessa viagem e de poder compartilhar aqui no blog com vocês.

Melina Souza

Melina Souza

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25 comentários em “chegando no japão: livros, árvores e ochanomizu”

  1. Aeeee finalmente os postos da viagem começaram, já estou ansioso para acompanhar os próximos quando você tiver tempo pra postar (sem pressão rs). Mel, na viagem você utilizou somente a 50mm na sua câmera? — pelo bom eh eu tô chutando que seja ela — mas enfim, tanta foto linda que nem imagino o quão difícil deve ser selecionar quais serão postadas.

    Abraço!

    1. Oie! :)
      Fiquei muito feliz que gostou do post e que está animado para os próximos. Eu tô muito feliz de poder compartilhar essa viagem aqui no blog (realmente é bem difícil de selecionar as fotos porque minha vontade é colocar todas hehe).
      Nessa viagem eu levei a 50mm 1.4 (reconheceu bem!) e a 24mm 2.8, mas a grande maioria das fotos foram com a 50 mesmo (e mesmo a minha 50 estando quebrada consegui tirar muitas fotos).
      Obrigada por passar por aqui :)

  2. Dressa Rechetelo

    Estava com saudades dos seus posts aqui no blog e como foi bom visitar com uma atualização em tempo real.
    Saudades de posts sobre livros e das viagens ♡
    Sempre admirei seu trabalho e sempre me inspirei em você para muitas coisas da vida! Hoje posso dizer que sem o seu trabalho muita coisa que eu sinto e que eu vivi nem existiriam! Obrigada por seu trabalho sempre maravilhoso e impecável Mel (não se cobre tanto em relação a números pois quem sempre te acompanhou estará do seu lado para te apoiar) ♡

    1. Dessa querida, queria poder te abraçar agora. Muito obrigada por estar aqui e pelo seu apoio de sempre. Sou muita feliz e grata por ter você me acompanhando e me incentivando há tanto tempo.
      Fiquei feliz que gostou do post e que tirou um tempo pra deixar esse abraço em forma de comentário ♡
      Muito obrigada por tudo!
      :*

    1. Muito obrigada, Joana :)
      Espero que em um futuro não muito distante eu possa fazer muitas fotos aí em Portugal (e andar com o bondinho) :*

  3. Como sempre, suas fotos são sempre impecáveis, Mel. Eu acho muito lindo o estilo dessas casas japonesas, aqueles telhadinhos aparentes lindos e os detalhes dos revestimentos. Ansioso para os próximos posts! Falando em posts, tentei ler o blog Serendipity mas quando eu clico na opção o site volta para a tela inicial :/ você tem a intenção de libera-los? Um abraço !!!

  4. que delícia poder ler um pouco sobre a viagem! acompanhei pelo instagram e fiquei encantada, como sempre, com a beleza (e limpeza) das ruas do japão, um lugar lindo e muito bem registrado pelo seu olhar, mel.

    adorei o post, obrigada por compartilhar essa experiência. 🤍

  5. Amei o post, Mel. Nele dá pra ver todo o carinho e respeito que você teve para deixar o post incrível para seus leitores. Obrigada por compartilhar mais um pouquinho da sua viagem pelo Japão. Espero conhecê-lo logo e visitar os lugares que você indicou. <3

  6. Oi Mel, sou uma antiga leitora que voltou recentemente à blogosfera. No momento que decidi que youtube definitivamente não era pra mim, muito menos vídeos curtos no insta/tiktok, e que meu cantinho favorito da internet sempre foi um blog, eu vim correndo ver se você ainda postava aqui. Que coisa boa ver que sim! Espero que a “moda” volte, pois ando me sentindo meio sozinha, bem diferente da primeira vez, quando era adolescente e todo mundo tinha blog. Agora me sinto meio que um ET por ter um hahaha

    Mas enfim, não quero só devanear aqui. Também quero dizer que as fotos ficaram absolutamente perfeitas. A sua paleta de cores é muito aconchegante independente de ser em foto ou vídeo, então pode ficar tranquila que seus registros serão muito bem apreciados por quem gosta do seu trabalho. Eu lembro da sua primeira viagem ao Japão, viu? Assim como lembro dos primeiros posts e da parede de tijolinhos.

    Salvei seu blog aqui pra acompanhar sempre seus posts. Um beijo ❤️

  7. Fico tão feliz quando vejo que tem post novo por aqui, sempre é um momento conforto onde para tudo que estou fazendo para ler e apreciar as fotos <3

  8. AAAA post no blog! Amo amo!
    Suas fotos estão lindas, como sempre! O Japão realmente é incrível, né? Tenho muita curiosidade de visitar!
    Adorei a coincidência de que você estava em Jimbocho ao mesmo tempo que eu lia um livro que se passava exatamente nesse bairro, o “Meus dias na livraria Morisaki”. Quais as chances? kkkkk 🩷
    Não podia deixar de comentar sobre a FOFURA que é a sakura na tampa do bueiro! 🩷💮🌸 O Japão é tão fofo que até o BUEIRO é fofo kkkkkk E eu perdi tudooooooooooo com o onibus rosinhaaaaaaaa! hahahaha Amei amei ameii 🩷🩷🩷
    Muito feliz em saber que sua viagem foi incrível, Mel! Que você faça muuuuito mais – e relate aqui porque eu amo ler 😍

  9. Olá, Mel!
    Saudades dos seus posts recheados de fotos quentinhas que trazem um conforto! Sinto falta desse tipo de conteúdo na blogosfera. Instagram não é para mim rs. Seus posts sempre foram meu momento de calma do dia <3
    Acho tão incrível como no Japão tudo é arrumadinho, limpinho, organizado. Até as flores e as árvores parecem estar em perfeita harmonia visual com o cenário urbano.
    Fiquei um pouco curiosa sobre a língua. Seu namorado (ou marido) fala japonês? Ou lá todo mundo fala bem o inglês e dá se comunicar numa boa? Imagino que não deva ser tão difícil se locomover porque as placas são bem sinalizadas e em duas línguas!
    Obrigada por trazer esse conteúdo. Dá para ver que você colocou muito carinho tanto nos registros, quanto nas edições <3
    Beijos

  10. Ahhh que amorzinho esse post! Adoro conteúdo de blog tb, de ver as fotos, ler o texto, degustar o post sem a pressa do vídeo…
    E eu sou suspeita pra falar tb pois amo o Japão! Estive lá ano passado e já estou querendo voltar, então amei revisitar esse país através do seu post =)

  11. Mel, acho que o que mais me empolga em poder acompanhar suas fotos da viagem é que você tem um olhar muito único e especial, vendo beleza em detalhes que a maioria das pessoas não nota e isso aquece meu coração de um jeito maravilhoso.
    O Japão fica ainda mais lindo pelos teus olhos e tenho muita vontade de conhecer pessoalmente um dia ☆
    Acho essa questão das árvores muito verdade; o fato deles terem tantas torna muito mais aconchegante só de ver e sinto falta desse cuidado no nosso país. Como moro no interior de Minas, até tem uma presença maior, mas não tanto como deveria.
    Ansiosa pelos próximos posts!! Abraços ☆

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